quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O Chocolate Hórfeiçal

Intrigou-me esta designação do «Chocolate Hórfeiçal», vendido em caixas sob a forma de pastilhas embrulhadas em papel. As pastilhas, em forma de bastonete eram embrulhadas em papel e acondicionadas em caixas, com o rótulo na tampa e as instruções na face posterior
Eram depois dissolvidas em água, ou leite a ferver, que se agitava bem para desfazer e a que se adicionava açúcar. O chocolate como bebida ficava rapidamente pronto, embora, o produtor, não identificado, também recomendasse que o chocolate se podia comer directamente da caixa.
Embora tenha conhecimento de quem o devia ter comercializado, a falta de confirmação e a fraca divulgação que teve, levam-me a crer que foi um negócio falhado que ficou nas mãos da família, cuja identificação nada traz à história.
O nome Hórfeiçal era-me estranho e pensei tratar-se de um anagrama. Mas também não consegui resolvê-lo. Acabei por decompor a palavra em vários elementos e associando a palavra  imagem acabei por perceber que era uma alusão ao rei Faiçal I (1883-1933) que, em 1921, foi aclamado rei do Iraque. 
Faiçal em 1918, ainda príncipe
O meu amigo António, do blog «Herdeiro de Aécio» , já falou sobre esta figura importante para a história da dissolução do Império Otomano e para o aparecimento dos novos países árabes, representada no cinema por Alec Guiness no filme Lawrence da Arábia.
Capa do livro sobre Faiçal I do Iraque
Presumo que este chocolate tenha sido feito nas décadas de 1920-1930 em que à Europa chegavam relatos do surgimento dos novos países e dos encontros com os representantes ocidentais.
Descoberto parte do anagrama fica por explicar o «Hór» inicial que ficará para cabeças mais elaboradas.

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